sexta-feira, 24 de maio de 2013

Desabafo...

Isso deveria ser um e-mail, 
Talvez uma carta de amor.
Não sei, 
Talvez não vire nada além 
De um desabafo solitário.
Talvez um desabafo 
Que vire uma publicação.
O que não o tornará 
Menos solitário também.
Isso é só saudade.
Saudade de tudo o que não fomos,
De tudo que não vivemos,
E de tudo que não é mais.
Se é que posso dizer 
Que um dia foi. 
Mas não deixa de ser 
Uma saudade legítima.
A verdade é que a falta que você me faz
Consegue ser infinitamente maior 
Ao orgulho que simulo
Pra tentar não demonstrar pra você 
O quanto me importo
E o que sinto.
Fico dias com a ideia fixa 
De que você ainda faz parte da minha vida, 
Outros dias 
Pratico o desapego.
Mas sempre vem a noite, 
E traz os sonhos consigo. 
Por que diabos esses sonhos 
Parecem tão reais? 
Não são ruins, 
São a externalização 
De tudo que eu desejo 
Bem aqui no fundo
Pra nós.
Coisas que desejo 
E que nunca fiz esforço algum 
Para ter.
Sempre tive e fui 
Apenas palavras, 
E apesar delas não serem mais suficientes, 
Elas ainda fazem falta, 
Muita falta. 
Antes parecia que eu tinha 10% 
De alguma coisa mágica
E hoje eu tenho certeza 
Que tenho 100% de nada,
Apenas dessa ausência 
E desse incômodo 
Desde que você se foi.
Não há tristeza, 
Apenas hoje me sinto impotente 
Diante de uma situação 
Que por anos 
Tive o poder de resolução 
Em minhas mãos.
E se hoje é o meu dia 
Da ideia fixa, 
Aqui começa o meu esforço 
Pelo próximo dia 
Do desapego.

Juliana Moretti


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