sábado, 29 de agosto de 2009

Quando não se quer esquecer - Juliana Moretti (14/07/2005)

Um, dois, quatro meses... Tempo nenhum é suficiente pra se esquecer o que não se quer esquecer...
Por diversas vezes pensei: “Como queria que a situação fosse outra”. Bem... O que no fim deveria ser diferente não era a situação, mas sim a sua postura diante dela, o seu interesse. A situação é perfeita, o teu desinteresse é o que me torna lamentosa... O teu descaso perante o que eu quis que desse certo (sem te dizer, é claro! E muito menos dizer aos outros...) é o que me toma os pensamentos e faz doer... A sua ausência, o seu “não me importo com você” é o que não me deixa te esquecer, é o que me tenta, é o que me faz te escrever e o que me faz te querer.
Queria mostrar que sou mais do que você supõe, mostrar quão pouco você me conhece... Mas o seu distanciamento só te mostra o meu pior, só te mostra como sou sufocante e só te faz querer se distanciar ainda mais. E de repente se o tenho por perto me desconserto, pois você me fez aceitar que nunca o terei ao meu lado... Fez com que eu me acostumasse (sem acostumar e sem entender) que só posso tê-lo por algumas horas, quando a embriaguez não faz de nós desconhecidos, não faz de nós odiosos, não faz de nós estúpidos, apenas vivemos o momento... Mas na “sobriedade” (no outro dia) anseio por estar contigo novamente, sabendo que não estarei, pois pra você passou, era só aquele momento e nada mais...
Não quero mais alguém por apenas um momento... Alguém que vai embora sem que eu possa dizer o que penso ou sinto, por ter medo, medo de saber que isso não terá importância, nem o momento, nem as palavras que eu disser.
Queria alguém para compartilhar vida, dividir experiência, sem pensar muito no que e em como dizer, não tendo que me importar com o que essa pessoa pensaria de mim, porque saberia quem eu sou e compreenderia o que eu dissesse e fizesse.
Não queria sentir essa vontade e esse medo de procurá-lo... De dizer que queria te ver, estar contigo e dizer que mesmo você sendo o oposto do que sonhei pra mim, eu sem querer, passei a me importar e a gostar de você... Ah meu Deus, eu também sou imperfeita!
Mas por que?! Por que gostar de você se é tão diferente de mim? Por que gostar de alguém que não se importa, de alguém que ignora, alguém que não pensa se está me ferindo ou não? Talvez porque eu não possa tê-lo... Mesmo entendendo que não possuímos as pessoas, elas gostando de nós ou não, nós nunca as possuiremos. E eu nunca quis possuir você, apenas o queria por perto.
Como queria que você me entendesse e não me julgasse pelos meus anseios, meus medos e encanações...
Mas a verdade é que você nunca gostará de mim, pois meu jeito de ser (o que eu não quero e não vou mudar) te incomoda.
Sei que não vai me procurar e que jamais saberá disso tudo, jamais saberá que te gosto, porque com você sendo assim, sempre precisarei esconder o que sinto pra você não me machucar (sim, a culpa é minha por permitir), pra não sofrer mais e pra você não roubar o que de mais belo possuo e você nunca conhecerá, algo que nesse exato momento é teu, mas nunca te pertencerá...

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