sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Mais uma vez e sempre - Juliana Moretti (24/06/2005)

Autobiografia?
Não, não quero falar sobre minha própria vida... Não uma vez que por ela posso me envergonhar de uma porção de coisas... Mas eu vivi... Ah! Eu vivi.
Nem sempre sorrisos brotam de minha face... Mas as lágrimas que insistentes tentam permanecer muitas vezes são mascaradas pelo mais ínfimo sorriso que eu possa esboçar... Eu não gosto da tristeza, mas a busco o tempo todo para poder escrever...
Ah, como queria viver das palavras... As palavras que podem ser mutáveis, as palavras que não podem voltar atrás, as palavras que constroem e até aquelas que foram feitas pra ferir...
O ato de escrever me cativa demasiadamente... Através das palavras me liberto assim como através das mesmas eu acabo me prendendo...
Gritos silenciosos explodem dentro de mim... Como queria pôr pra fora tudo em forma de inspiração... Mas só penso no ser humano... Nada mais me vem em mente a não ser como o homem pode ser tão adorável e detestável ao mesmo tempo.
Penso na facilidade com que me apego e me desligo das pessoas... Penso no quanto me importo e ignoro a existência de alguns... E isso me leva a pensar também na forma como as pessoas agem em relação a mim...
Quem as pessoas pensam que eu realmente sou? Quem na verdade eu sou?
Eu sou a que se faz depressiva, a que busca a infelicidade, ou sou a que ri como se rir fosse meu oxigênio?
Sou a que corre atrás das pessoas e que se mostra sempre preocupada e a postos, ou sou a que finge não ver, a que atravessa a rua pra não dar de encontro com alguém, ou até a mesma que não atende aos telefonemas e não responde aos e-mails e correspondências?
Enfim, eu sou a que sufoca com a presença ou a que deixa saudade pela ausência?
Sou a que chora por ter sido lesada, mas que sempre acaba lesando alguém...
Sou um ser humano imperfeito, que fere e que não gosta de ser ferido...
Que se envergonha, mas não deixa de extravasar quando tem suas vontades...
Hoje sou o que ontem jamais pensei ser... Mas talvez hoje seja o que inconscientemente ontem eu sempre quis ser... E o que será de mim no amanhã? Misterioso amanhã...
Gosto de me imaginar no amanhã, mas não tenho mais tanta criatividade pra isso... Eu não faço mais planos... Se hoje vendo quem sou, não sei o que quero, porque eu iria fazer planos para um alguém que eu não conheço? Um alguém que não saberei no que irá se transformar no decorrer das horas...
Ah, é melhor viver agora do que esperar pelo amanhã imprevisto, pelo amanhã incerto...

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